sábado, 4 de fevereiro de 2012

Foo Fighters


Formado em 1995, o Foo Fighters lançou seu primeiro álbum. Álbum esse que na verdade era um projeto solo de Dave Grohl, último baterista do Nirvana. O rapaz que tinha dotes de compositor e uma paixão visceral pela música começou a dar um novo rumo em sua vida após a morte de Kurt Cobain. Nessa postagem deixarei minha opinião sobre o Foo Fighters e alguns pontos de vista.
Conheci o Foo Fighters em 1997 com o clipe de “Everlong” (um dos meus preferidos). Era meio hilário ver as mudanças de papel do vocalista daquela banda e descobrir no final que a “namorada” dele no clipe era o baterista da banda. Mas naquela época eu nem imaginava que aquele cara doido que fazia sua mão crescer foi baterista da banda que viria a ser a minha banda favorita. Apesar de não ter me tornado um fã do Foo Fighters naquela época, continuei a acompanhar a trajetória da banda. Afinal a banda também tem boas músicas.
Eu sempre assistia aos clipes sempre bem humorados que a banda fazia, mas minha gana era mesmo em conhecer as músicas do Nirvana. Consequência disso foi que o primeiro álbum do Foo Fighters que comprei foi o “One by one”. Muitas coisas me influenciaram a efetuar a compra, como saber que o Dave estava tocando bateria junto com o Queens of the Stone age e que naquele mesmo ano seria lançada uma música até então inédita do Nirvana. Foi aí que pensei em dar uma chance para conhecer mais a fundo o trabalho do Foo Fighters. Também naquela época, eu pirava ao ver a guitarra transparente na qual o Dave toca no clipe de “All my life”.
Confesso que a primeira impressão que tive ao escutar o álbum não foi tão excelente assim. Eu esperava que as músicas pudessem me empolgar mais e fiquei com aquela sensação de que o álbum poderia ter ficado melhor. As músicas são boas, mas no fundo eu acreditava que as músicas dos álbuns anteriores poderiam ser melhores. Pessoalmente gostei apenas de quatro das onze músicas de “One by one”. Apesar da primeira impressão ter deixado a desejar, eu continuei a acompanhar o Foo Fighters. Demorou alguns anos para eu comprar outros álbuns, mas quando aconteceu eu matei a vontade. Comprei de cara os dois primeiros.
O primeiro álbum inteiro consegue demonstrar a força de vontade aliada ao talento de Dave Grohl. O fato de ele ter tocado todos os instrumentos na gravação já mostra o quão ele é um bom músico. O resultado final passa muitíssimo longe do amadorismo. A faixa de abertura mostra toda uma vitalidade. Quando o álbum já está na última música “Exhausted”, fica um gostinho de quero mais, uma sensação de que foram escutadas poucas músicas. Já o segundo álbum “The colour and the shape” se inicia com uma balada calma chamada “Doll”, seguido da poderosa “Monkey wrench” (eu adorava ver o clipe dessa música). Outras músicas também marcam o álbum, não apenas a comentadíssima “My hero” (que na época surgiu a especulação de que Dave compôs essa música para Kurt Cobain), como também “Everlong” (já comentada aqui), “Wind up”, “February Stars”, entre outras.
O terceiro álbum, “There is nothing left to lose” possui músicas na minha opinião, mais leves. Confesso que não gosto muito de musicas nessa linha, mas a banda merece um desconto, pois na época de gravação do álbum, me lembro que o quarteto se tornou trio e gravou tudo no porão da casa de Dave Grohl (me lembro muito bem dessa época). Mesmo preferindo os dois primeiros álbuns acho que “There is nothing left to lose” possui boas canções como “Stacked actors”, “Breakout” (lembro não apenas do clipe dessa música como também de tê-la visto no trailer do filme “Eu, eu mesmo e Irene” quando fui ver ao filme dos “X-men” no cinema) e “Generator” (minha preferida desse álbum. O efeito vocal com a técnica usada, da qual não sei o nome, é incrível).
Os álbuns seguintes são “In your honor” e “Echoes, silence, patience and Grace”. Eu poderia falar um pouco sobre eles também, mas não posso porque não os tenho. Eu sempre curti o som do Foo Fighters, mas confesso que não me interessei muito por esses álbuns. Tudo o que posso dizer é que “In your honor” é duplo, com um álbum de gravações de estúdio e outro com gravações acústicas, mas isso todo mundo sabe. As únicas músicas que conheço são “No way back” e “Best of you” (com o clipe mais sério da banda, mas que ainda assim é lindo), justamente as duas que viraram clipe. Apesar de acreditar que “Echoes, silence, patience and Grace” é um álbum forte e pesado, que possui boas músicas, também não me interessei em conhecê-lo (pelo menos até agora). Adoro o clipe de “Pretender” e acho a música muito boa (tanto que as meninas da banda “Cherri bomb” fizeram uma cover da música).
Porém, o motivo de toda essa postagem se deve ao mais atual álbum da banda, “Wasting light”. Quando foi anunciado que o Foo Fighters estava gravando seu novo álbum, pensei: "Será que dessa vez eles irão surpreender com algo?". Pensei isso porque o Foo Fighters é uma banda que sempre traz algo novo, mantendo a mesma essência e linha de qualidade. Com o anuncio de que Butch Vig seria o produtor do álbum eu acreditei quase que imediatamente que seria um grande álbum. Butch Vig já produziu grandes álbuns, como não apenas Nevermind do Nirvana, mas também “Gish” e “Siamese Dream” do Smashing Pumpkings e colaborou ou produziu o álbum “Sing the Sorrow” do AFI, álbuns que na minha opinião são muito bem trabalhados. Sem contar que o cara é o baterista do Garbage.
Em seguida foi anunciado que Krist Novoselic, baixista do Nirvana faria uma participação em uma música. Aí eu quis logo saber como seria esse álbum. Rumores diziam que Krist e Dave não se davam bem graças aos atritos diretos com Courtney Love. A viúva de Kurt Cobain sempre bombardeou com críticas os membros remanescentes do Nirvana e fazia o clima entre os três ser tenso. (Na minha opinião, acho que a Courtney sente é ciúmes ou despeito por não ser tão lembrada quanto Krist e Dave. Ela sobrevive apenas do que aconteceu com Kurt e nunca irá reconhecer que o Foo Fighters tem o sucesso que merece. Acredito que o Foo Fighters se tornou uma banda popular não apenas pelo fato do Dave ter sido o baterista do Nirvana, mas também pelo fato de ele ser bastante talentoso. Isso foi posto á mostra desde a gravação do primeiro álbum do Foo Fighters, mas isso é apenas a minha opinião e deve ficar somente entre a gente aqui no blog. Não quero comprar briga com a Senhora “Cobain”, mesmo porque o Nirvana continua sendo minha banda favorita.).
Outro fato que me deixou curioso em ver como ficaria o álbum foi a notícia de que a gravação estava sendo feita de maneira analógica em fita. Apesar de toda tecnologia atual, a banda optou em gravar dessa forma porque foi assim que os grandes álbuns de rock foram gravados, sem contar que o resultado final é diferente. O único problema desse tipo de gravação é que não se podem cometer muitos erros de gravação nas músicas, caso contrário a gravação tem que ser interrompida para que tudo seja voltado desde o inicio e recomeçado. A qualidade também fica comprometida se forem cometidos muitos erros e a fita for voltada e regravada várias vezes.
Passou-se um tempinho até o álbum ficar pronto. Eu conheci as músicas através de uma apresentação que a banda gravou no Estúdio 606 e acabou vazando no Youtube. De cara gostei das músicas e apesar do clima nostálgico e cheio de aspectos que o fazem ser um álbum memorável, não me interessei em compra-lo. Como atrativo que valorizaria as vendas, Dave Grohl anunciou que as primeiras tiragens do álbum viriam com um pedacinho da fita analógica na qual foram feitas as gravações. Na hora que escutei isso pensei: “Pronto, já vi que não comprarei esse álbum tão cedo. Com esse “mimo” o preço dele será alavancado com certeza.”. Não satisfeita com o lançamento do álbum, a banda lançou também um documentário que contava toda sua trajetória desde os últimos dias de Dave Grohl no Nirvana até os bastidores da gravação de “Wasting light”.
“Back and Forth” foi exibido nos cinemas. As críticas sobre o mesmo foram positivas. Não me lembro exatamente onde li que ao terminar de assistir ao documentário, quem ainda não possui o álbum “Wasting light” sente vontade de ir correndo até a loja para adquirir o seu. A princípio achei isso meio exagerado e não assisti ao documentário no cinema, mas quando o vi confesso que fiquei empolgado. Realmente “Back and Forth” escarafuncha fatos ocorridos desde o fim do Nirvana e conta com depoimentos de todos os membros atuais e que já passaram pelo Foo Fighters. Faz revelações que surpreendem aos fãs tanto de Nirvana quanto de Foo Fighters. Com certeza não deve ter sido fácil para Dave Grohl revisitar tantas lembranças, algumas boas, outras tantas ruins.
Para quem acompanha o Foo Fighters há muito tempo, algumas coisas que são relembradas nos toca a memória também. Como quando o Taylor teve uma overdose. Me lembro que na época do ocorrido muito foi especulado, inclusive que se o pior acontecesse a banda terminaria, fazendo assim o caminho de Dave como músico ser marcado mais uma vez com um acontecimento trágico. No mais, o documentário revela muitas coisas boas. Foi focado principalmente a época dos quatro primeiros álbuns da banda. O único ponto que acho que deixou a desejar foi a falta de destaque para justamente “In your honor” e “Echoes, Silence, Patience and Grace” (justamente os dois que não conheço bem.), mas quanto a isso já imagino até a justificativa que poderá ser dada caso alguém questione algo. Poderiam falar que o documentário ficaria muito estendido caso essas épocas ganhassem maior destaque, pois o documentário tem quase duas horas de duração.
Realmente ao terminar de assistir ao documentário o espectador sente vontade de comprar “Wasting light”. No meu caso eu pensei que se tivesse a oportunidade, compraria o CD original. Eu não queria comprar uma versão pirata porque achava sacanagem desvalorizar todo o trabalho de todos os envolvidos em fazer um álbum tão potente quanto esse. A princípio a aquisição do álbum não era uma das minhas prioridades, mas a oportunidade veio. Encontrei o álbum original com um preço bastante acessível, então não tive dúvida ao querer leva-lo para a casa. Ao escutar a gravação de estúdio (pois já conhecia o álbum inteiro), pude comprovar o peso e poder contido em cada música. Todas são incríveis.
Quando escuto “Wasting light” sinto apenas um ponto negativo que na verdade é uma impressão pessoal. Não quero levantar nenhum boato, mas toda a superprodução, participações e trabalho do álbum faz parecer uma despedida premeditada de uma grande banda. Não sei explicar o porquê, mas sinto como se toda a banda tivesse dado o seu melhor na gravação desse álbum para encerrar as atividades. Mas também eu posso estar enganado, talvez eles tenham dado o seu melhor para satisfazer a si mesmos e aos fãs fieis. Mesmo porque já vi boatos na internet de que a banda anunciou planos para entrar em estúdio para gravar um novo álbum ainda em 2012. Se isso for verdade, acho apenas que eles deveriam aproveitar mais um pouquinho essa época do “Wasting light” que é um excelente álbum que eu com certeza recomendo.
Acho melhor encerrar essa postagem aqui. (Ops, acho que fiquei tão empolgado com “Wasting light” que escrevi demais da conta.). Para encerrar deixo apenas uma pequena observação que é na verdade uma BRINCADEIRA viu gente? (Antes que alguém venha me criticar com algum comentário mal educado ou explicativo, justificando algo). Dave Grohl tá me devendo um pedaço da fita analógica onde gravaram “Wasting light”.


Capa do álbum mais recente da banda.


A trupe toda reunida


Fala sério. Faltou apenas o Kurt nessa foto que lembra bastante o estilão de algumas fotos do Nirvana.

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