terça-feira, 12 de junho de 2012

A droga da obediência



Estranhos desaparecimentos de jovens das melhores escolas de São Paulo intrigam o grupo de amigos do colégio Elite, principalmente com o sumiço do primeiro aluno do colégio. Os Karas então decidem investigar o caso antes que outros alunos também desapareçam. Juntos cada membro usa sua melhor habilidade para solucionar esse mistério, mas as investigações acabam não apenas fazendo os cinco amigos descobrirem um objetivo um tanto macabro como também os envolve de maneira extremamente perigosa na trama. Será que os Karas irão conseguir impedir o louco objetivo do Doutor Q.I? Será que a Droga da obediência tomará conta não apenas dos jovens, mas também da humanidade? Leia o primeiro livro da série de aventura dos Karas e descubra por si mesmo(a).


Bem vamos direto para o assunto. Esse é um grande livro. Ao lê-lo, me relembrei de outro grupo de amigos que viviam aventuras imprevisíveis. Ao invés de serem os Karas, era a sociedade secreta SS6. Trata-se da série de livros da autoria de Irani de Castro, a série “Os Seis”. Mas algo que gostei bastante de “A droga da Obediência” foi o fato de cada membro dos Karas ter uma habilidade especial, sendo todas bem exploradas no decorrer de toda trama. O tema central também foi bem construído e elaborado ao pegar carona em um drama real que aflige milhares de vidas.
A droga da obediência não existe na realidade, mas as drogas reais são capazes de realizar um estrago tão grande quanto. Levam embora a vontade de viver e de progredir de várias pessoas de idades diversas. Quando criança, eu pessoalmente sentia pena das pessoas que precisavam recorrer às drogas para encontrar um sentido na vida. Antigamente muitos usuários tinham motivos desoladores para embarcar nesse mundo esdrúxulo sem saída (mesmo não existindo motivo que justifique esse erro letal), mas hoje em dia ser usuário se tornou algo banal. Os usuários de hoje em dia se sentem os donos do mundo se sentindo no direito de atormentar a vida de pessoas que tentam viver de maneira correta.
Minha opinião sobre o uso de drogas pode até ser enérgica, mas acredito que não existem motivos para usa-las, seja o usuário uma pessoa boa ou má. Drogas não estimulam ninguém a nada, não proporcionam a resolução dos problemas e não ajuda ninguém a progredir como ser humano. Pelo contrário, somente arrastam as pessoas para o regresso as tornando umas amebas sem vontade, sem objetivos, sem opiniões. Por que ao invés de se prejudicarem com algo tão destrutivo, os usuários não vão procurar algo produtivo para fazer? Talvez seja mais cômodo para eles ficar parados em um ponto qualquer rindo feito “cabritos”, escutando Funk e arruinando a vida de outras milhares de pessoas. Egoísmo puro e retrógrado.
Voltando a falar do livro, Pedro Bandeira conseguiu tratar do assunto de maneira que não o deixasse nem muito florido, nem muito piegas. Um assunto sério que deve ser levado a sério e que muitas vezes é retratado de maneira maçante, como no livro “O estudante”. Mesmo sendo um livro que descreve uma situação real, “O estudante” não traz o mesmo prazer que “A droga da obediência”. O suspense é mantido do início ao fim. Assim como no mundo real, alguns policiais contribuem para o mal. A inteligência e astucia dos personagens nos carrega por todas as páginas do livro.
Quando tudo se desenrola e o livro chega a suas últimas páginas, eu pessoalmente esperava que a verdadeira identidade do Doutor Q.I fosse mantida em segredo para que ele pudesse retornar em outro livro das aventuras dos Karas (pensei até que poderia acontecer igual ao jogo Metroid em que é revelado somente no fim do jogo a identidade da pessoa que traja a armadura, sendo revelado que na verdade é uma mulher), mas o Doutor Q.I é desmascarado ali mesmo. Era um personagem do qual eu nem mesmo desconfiei. Só não revelo para não estragar as surpresas.
A única coisa que fiquei um pouco na dúvida é por quem a Magri é apaixonada, Miguel ou Crânio? Eu pessoalmente gostaria de vê-la junto do Crânio já que durante toda história os dois desenvolveram um certo romance. Verei nos próximos livros dos caras.
Não é a toa que Pedro Bandeira é meu autor preferido. O próximo livro dele que eu planejava comprar era o “Primeiro amor de Laurinha” para que pudesse descobrir o que Laurinha havia escrito em “O mistério da fantástica fábrica de livros”, mas já vi que terei que escolher entre ele e “Pântano de Sangue”.
RECOMENDADO!!!

Observação: Também publiquei essa resenha em meu perfil no site Skoob. Na verdade eu não havia aguentado de vontade de resenha-lo, então postei primeiro lá.

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