domingo, 12 de maio de 2013

Diesel

O Diesel foi uma banda de rock mineira que se influenciou visivelmente no movimento grunge. Um fato ousado que comprova isso foi a frase dita pelo vocalista Gustavo Drummond em um dos primeiros shows: “Nós somos a banda cover do Alice in Chains”. A banda se formou em Belo Horizonte – MG em 1997 e aos poucos foi conquistando espaço no cenário musical não apenas de Minas, mas também de outras cidades do Brasil. Após vencer a Escalada do Rock os quatro músicos, Gustavo Drummond, Leonardo Marques, Thiago Correa e Jean Dolabella, conquistaram o direito de tocar no Rock’n Rio 3 em 2001 na mesma noite em que o Silverchair, o Deftones e o Red Hot Chili Peppers. Show esse que na minha opinião foi muito bom, mas poderia ter tido uma duração um pouco maior já que foi interrompido antes de terminar devido a um problema.
A atitude da banda e a presença em cima do palco mostrou que o Diesel havia chegado com tudo e parecia que iria ficar. Foi nesse mesmo ano também que a banda gravou o clipe com a música “4D” e concorreu no VMB na categoria de melhor demo clipe. Eu pessoalmente torci muito por ela porque achei a música muito boa. Lembro de ficar com o refrão dela incrustado na mente por dias. Mas infelizmente o Diesel não foi o vencedor dessa categoria.
Com uma boa repercussão e uma crescente visibilidade na mídia, os quatro rapazes decidiram então arriscar alçar voos mais longínquos e tentar uma carreira internacional assim como o Sepultura fez. Se mudaram então para Los Angeles na Califórnia. E em 2005 lançaram o álbum “Liberty Square”. O nome é uma referencia a saudosa Praça da Liberdade, local muito conhecido por nós mineiros de Belzonte.
Após cinco anos tentando se impor em uma concorrida indústria fonográfica e muito distantes de casa os quatro rapazes voltaram para BH e além da mudança no nome Diesel para Udora, trouxeram também na bagagem uma experiência musical muito grande. Pena que a frustração dos anos lá fora foram tirando a garra dos integrantes que se renderam em compor músicas em Português (exigência essa feita por gravadoras nacionais em 2001 e recusada pela banda).
Por volta de 2007 o baterista Jean Dolabella deixou o Udora para integrar o Sepultura, substituindo Igor Cavalera. O baixista Thiago Correa também deixou a banda nesse mesmo ano. Foi lançado então Goodbye Alô. O trabalho mais recente dos caras é o álbum Belle Époque de 2011.
Bem, o que posso dizer mesmo é o seguinte. Gosto mais do início do Udora quando ainda era Diesel. Como citei um pouco acima a postura e a atitude dos caras eram admiráveis. As músicas também pareciam ser mais fortes com aquele espírito jovial de renovação e contestação. Até mesmo o fato dos caras se recusarem a baixar a cabeça para as gravadoras e insistirem a cantar em inglês demonstrava uma atitude e ousadia que muitos músicos não possuem.
O grande problema na minha opinião foi o fato deles terem almejado algo muito arriscado e terem dado um passo maior do que a perna conseguiu dar. Terem saído do país só acabou frustrando e desiludindo os integrantes. Poderiam te permanecido no Brasil e se mantido de maneira independente. Talvez assim teriam mantido a qualidade e sonoridade do primeiro álbum. Ao passar a compor completamente em Português o Udora acabou caindo na mesma onda que bandas como o Leela, o Luxuria e tantas outras bandas surgidas na última década caíram. Músicas bonitinhas que podem até ser lembradas por um tempo, mas que depois de alguns anos são esquecidas. Minha bronca não é por causa da escolha deles em cantar em Português, mesmo porque acredito que uma banda nacional deve honrar sua nacionalidade, mas pelo fato das músicas terem perdido aquela essencia de antes. Em outras palavras, o Udora se tornou uma bandinha pop, deixando o rock um pouco de lado. Acredito que o Diesel foi uma das (se não foi a única) banda grunge nacional e é por isso que recomendo o primeiro álbum da banda. Pena que toda aquela postura do início acabou morrendo na praia. Abaixo deixo alguns vídeos bem legais.



Aqui em baixo deixo os links para os dois vídeos com a apresentação da banda no Rock'n Rio 3 ocorrido no ano de 2001.

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